Quisera morrer em alegria e amado por ti.
Quisera acabar sufocado por teu fogo,
Mas liberto pelas tuas asas, pela tua raça...
Quisera sentir o último sol de inverno a atingir minha face,
A minh'alma a sentir o teu corpo...
E ser enterrado numa vila distante.
Em distâncias nunca percorridas.
E dançar com os anjos uma dança macabra,
A celebrar minhas perdas e nossa vida passada.
Cantar numa só desafinada nota o ritmo perfeito de tua casca,
Quebrando-te em cantos, enganos e verdadeira verdade.
Com um machado encantado, mágico...
Quisera ouvir o vento de tuas palavras escurecidos com o tempo.
A encontrar os meus tímpanos com a suavidade da noite.
E mais uma vez,
Ver-te penetrar o meu íntimo com a ponta de tua língua molhada.
Sentindo o teu ser no meu, e o meu no teu.
Quisera matar-te loucamente e fazer-te renascer de tuas cinzas, azuis, brancas...
Tendo-a de volta envolta num manto sagrado
Como uma santa esquecida no alto do altar da igreja abandonada.
para seres de novo a vida, ou quem sabe a morte.
Mas sabendo que poesias não terminam com palavras de amor...
água.