Sou um homem ferido.
E me quisera ir
E finalmente chegar,
Piedade, onde se escuta
O homem só consigo.
Não tenho mais que soberba e bondade.
E me sinto exilado entre os homens.
Mas por eles padeço.
Não serei digno de voltar a mim?
Povoei de nomes o silêncio.
Fiz em pedaços coração e mente
Para cair na servidão das palavras?
Reino sobre fantasmas.
Oh folhas secas,
Alma levada aqui e acolá...
Não, odeio o vento e sua voz
De besta imemorial.
Oh Deus, aqueles que te imploram
Não te conhecem senão de nome?
Me desfizeste da vida.
Me desfarás da morte?
Talvez o homem é também indigno de esperar.
Mesmo a fonte do remorso está seca?
Que importa o pecado
Se já não conduz à pureza.
A carne se recorda apenas
De que outrora fora forte.
Está louca e gasta, a alma.
Deus, contempla a nossa debilidade.
Quiséramos uma certeza.
De nós sequer ris mais?
Compadecemos, crueldade.
Não posso mais estar murado
No desejo sem amor.
Mostra-nos um rastro de justiça.
Tua lei qual é?
Fulmina minhas pobres emoções,
Livra-me da inquietude.
Estou cansado de urrar sem voz.